Dois anos de fuga e vinte dias após o atentado ao presidente do TRE de Sergipe, Luiz Antonio Araújo de Mendonça e a um policial militar que continua internado, nenhum sinal do pistoleiro e agiota alagoano Floro Calheiros.
O Cadaminuto conversou na semana passada com as polícias de Sergipe e Alagoas e o quadro é desanimador, apesar do caso estar contando com todo o empenho da polícia nas buscas do alagoano, que é sim o principal suspeito do atentado. As pistas sobre o paradeiro de Floro são escassas.
Sabe-se que Floro esteve em Alagoas logo após fugir de uma unidade prisional em Sergipe. Duas diferentes fontes explicaram que as investigações confirmaram que ele passou por Tocantins, São Paulo e até mesmo pela Bolívia, em uma rota muito semelhante a do cabo Everaldo, pai da alagoana Eloá e acusado de pertencer à gangue fardada. Mas, a partir daí as pistas sobre seu paradeiro ficaram difíceis.
"Está claro que Floro conta com a ajuda de gente importante" explicou um policial sergipano.
Em entrevista à imprensa, após o atentado, o desembargador Luiz Mendonça confirmou que a primeira ameaça de morte que recebeu em 2001 teria sido motivada pela investigação que ele comandou como promotor de Justiça no município de Canindé de São Francisco, a cerca de 200 quilômetros da capital de Sergipe.
Na época, a investigação revelou um esquema de desvio de dinheiro público e corrupção em vários estados do Nordeste envolvendo Floro Calheiros, que era figura recorrente na Assembléia Legislativa, onde chegou a trabalhar no gabinete de um deputado alagoano.
"Não posso afirmar ser ele o autor. Estaria cometendo uma injustiça e não é função nossa precipitar qualquer ordem de investigação. Esse personagem tem um histórico de crime que pode até levar à injustiça de apontá-lo como o autor. Tem alguns mandados de prisão contra ele, ou seja, seu histórico não é bom", disse o desembargador durante uma coletiva.
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