quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Emoção marca o velório de criança de 4 anos assassinada

Crime ocorreu enquanto pai e filho passeavam de moto
Velório de Mateus ocorreu na manhã desta quarta-feira, 15 (Foto: Portal Infonet)
Emoção e tristeza marcaram o velório do pequeno Mateus Souza Marques da Cruz, 4 anos, na manhã desta quarta-feira, 15. A criança não resistiu aos ferimentos e faleceu na noite desta terça-feira, 14, no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), após ser atingida com um tiro na cabeça enquanto passeava de moto na companhia do seu pai pelas ruas do loteamento Santa Cecília, no município de Nossa Senhora do Socorro.
O fato ocorreu na noite do último domingo, 12. O pai de Matheus, Edmilson Marques da Cruz, 32 anos, também foi atingido e veio a óbito no local. O crime chocou os moradores da localidade. No velório de Mateus, o tio da criança, Edvaldo Barroso de Sá, 40 anos, tentava não acreditar no ocorrido. Em entrevista ao Portal Infonet, ele relatou o perfil da criança. “Ele era um amor de criança, extrovertido, inteligente, e que tinha o pai como herói”, disse.
Crime
Mateus Souza Marques da Cruz
Segundo informações de parentes das vítimas, era por volta das 21h do domingo, 12, quando pai e filho decidiram dar uma volta de moto pelas ruas do Loteamento. Durante o passeio, ambos foram surpreendidos por quatro elementos que conduziam um veículo modelo Celta preto. Ainda segundo relatos de parentes, pai e filho foram seguidos pelo veículo. Os bandidos chegaram a realizar cinco disparos contra as vítimas. Um deles atingiu a cabeça de Mateus e o outro atingiu Edmilson que não resistiu e faleceu.
A irmã de Edmilson não descarta a possibilidade do crime ter sido praticado durante uma tentativa de assalto. “A gente acredita que eles tenham abordado o meu irmão no intuito de roubar a moto dele. Mas infelizmente acabaram tirando a vida dos dois”, relata.
Ainda segundo informações de familiares, Edmilson Marques não possuía envolvimento com drogas, bem como passagens pela polícia. “Ele era um homem trabalhador, viva do trabalho para casa. Ele deixava de comprar um perfume para manter a alimentação da família. Era uma família de primeira”, disse Edvaldo.
O pai de Mateus,  Edmilson Marques da Cruz 
Negligência
De acordo com parentes da criança, houve negligência médica durante o atendimento médico prestado no Huse. “Não tinha vaga na UTI médica do Huse. A criança sequer foi atendida desde o momento que entrou na Unidade de Saúde até o momento que faleceu. A gente acredita que ela tenha morrido por falta de atendimento”, desabafa Edvaldo.
Em entrevista ao Portal Infonet, a assessoria de comunicação do Huse, informou que a criança já deu entrada na Unidade de Saúde em estado grave. A assessoria informou ainda que todo a assistência necessária foi prestada a vítima.
“O Boletim médico da criança aponta que ele teve uma parada cardíaca, ele foi reanimado pelos médicos, em seguida operado, e passou um período entubado. O médico que atendeu a criança informou que ele não tinha condições nenhuma de ser transferida de um centro cirúrgico para uma UTI, mas o aparelhamento é o mesmo. Caso ele estivesse vivo, provavelmente ficaria com sequelas”, disse Katiane Menezes.
DHPP
O Departamento de Proteção à Pessoa Física (DHPP) já iniciou as investigações sobre o caso. A equipe doPortal Infonet procurou a diretora do DHPP, delegada Tereza Simony para falar sobre o caso, mas não obteve êxito. O Portal permanece a disposição por meio do (079) 21068000 oujornalismo@infonet.com.br.
Justiça
Para familiares e amigos, fica o sentimento de justiça. “Eu quero que esse crime não fique impune, quero que quem cometeu esse crime pague, que seja feita justiça. Eu sei que isso não vai trazer meu irmão e meu sobrinho de volta, mas é só isso que eu quero hoje”, disse a irmã da vítima, Eliane Marques da Cruz, 30 anos.
A tia de Matheus, Eliane Marques da Cruz
Velório ocorreu na manhã desta quarta-feira, 15
“Hoje foi essa família, amanhã pode ser outra. Ficamos sabendo que os elementos que cometeram o crime, estão lá no conjunto Jardim, comentando com todos os detalhes da morte, como se fosse um troféu. Queremos justiça”, finaliza.
Por Leonardo Dias e Kátia Susanna

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