Médico é acusado de jogar corpo da jovem às margens de rodovia
Julgamento de ortopedista lota fórum de Socorro (Fotos: Portal Infonet) |
Depois de adiado sucessivas vezes, o ortopedista Sérgio Cavalcanti
Menezes de Melo sentou no banco dos réus e enfrenta júri popular nesta
quinta-feira, 12, acusado pela morte de Leonice Maria da Silva, crime
ocorrido no ano de 2004. O julgamento tem no comando o juiz Alício de
Oliveira Rocha Júnior, da 2ª Vara Criminal de Nossa Senhora do Socorro, e
começou com atraso devido à necessidade de medida coercitiva para ouvir
uma das testemunhas arroladas pela defesa, que não compareceu ao Fórum
do município.
O réu foi preso temporariamente no dia 9 de dezembro de 2004 e teve
prisão preventiva decretada em 29 de dezembro daquele ano, mas foi
beneficiado com habeas corpus no dia 29 de março do ano seguinte, o que
lhe assegurou o direito de responder ao processo em liberdade.
O Ministério Público não tem dúvida da tese de homicídio, crime que
teria sido motivado por uma suposta gravidez indesejada. Os promotores
de justiça Luciana Duarte Sobral e Rafael Schwez e Kurkowski representam
o Ministério Público no julgamento. “O Ministério Público tem convicção
que o caso é de condenação”, considera a promotora Luciana Duarte. “As
provas técnicas demonstram que não se trata de suicídio”, analisa
Kurkowski.
Réu conversa com advogados antes de começar julgamento |
Suicídio é a tese apresentada pela defesa. O réu se recusou a falar com
jornalistas, orientando a imprensa a buscar esclarecimento junto a seus
advogados Carlos Alberto Menezes e Rosenice Machado. “A defesa opina
pela inexistência de provas”, observa Menezes. “A vítima se suicidou e o
Ministério Público não dispõe de elementos capazes de ligar o acusado
ao resultado, à morte da vítima”, complementou o advogado.
O crime
O ortopedista responde por homicídio duplamente qualificado e ocultação
de cadáver. O réu tinha um relacionamento amoroso com a vítima e,
conforme os autos, suspeitava que seria pai e, por não aceitar a
gravidez, acabou assassinando a companheira.
O casal teria marcado o encontro por telefone. Por volta das 18h do dia
6 de novembro de 2004, a jovem saiu da residência e se dirigiu ao local
que combinaram para o encontro, mas ela não retornou. O corpo da vítima
foi encontrado por volta das 6h da manhã do dia seguinte, desnudo e com
visíveis sinais de violência. O corpo estava às margens de uma rodovia
estadual, que liga as cidades de Santo Amaro das Brotas e Maruim.
Promotores Kurkowski e Luciana Duarte: convictos pela condenação |
Conforme a denúncia do Ministério Público, ao lado do corpo da jovem
foram encontradas marcas de pneus, que a perícia técnica constatou que
seriam compatíveis com as ranhuras dos pneus do veículo do réu. Para a
promotora Luciana Duarte, estaria neste laudo uma das contundentes
provas da autoria do crime.
Por Cássia Santana
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