Deputado diz que quadro é de caos e que o governo não pode ficar enganando a sociedade.
O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na manhã de hoje (26) para externar sua preocupação com o crescimento da violência em Sergipe. Venâncio denunciou que só em quatro dias, essa semana, foram registrados 36 assassinatos no Estado, com uma média superior a nove por dia.
O parlamentar reforçou que o quadro é de caos e que o governo não pode ficar enganando a sociedade com uma propaganda onde apenas os 600 aprovados no concurso da Polícia Militar vão garantir a paz e a tranquilidade à família sergipana. Venâncio se mostrou profundamente assustado com os últimos índices da violência. “Na sexta-feira (21), pelo dia, foram oito pessoas assassinadas em Sergipe. E todas vítimas de arma de fogo. No sábado e domingo foram 19 pessoas assassinadas. Na segunda-feira (24), que poderia ser um dia mais tranquilo foram nove pessoas assassinadas. 36 assassinatos em Sergipe em apenas quatro dias. É uma média de mais de nove. Nessa média vergonhosa teremos 270 assassinatos em um mês em Sergipe. Isso não existe!”, desabafou.
Em seguida, o deputado disse que a violência em Sergipe está chegando ao limite. “Tem que encontrar uma solução! Como é que vai ficar o povo sergipano? O interior está abandonado! Tem município onde a população já não sabe o que fazer. É falta de segurança demais! Bandido só faz isso em governo fraco! Caso contrário, ele cai fora e vai buscar facilidade em outro lugar. É preocupante essa situação e o governo do Estado fica com um discurso enganoso de concurso público”.
“O governo alega que vai contratar 600 aprovados no concurso. Só esse ano nós vamos ter aposentado mais de 600. Os que vão entrar apenas vão cobrir os que estão saindo. O caos vai continuar. Aí, para amenizar a situação, o governo joga uma propaganda para a população como se esses 600 aprovados no concurso vão resolver o problema. E olhe que se não fossem as prefeituras para manter as delegacias pelo interior, a situação era ainda pior. Pagam de gasolina e comida a papel higiênico”, completou o líder da oposição.
Mais adiante, Venâncio disse que a violência tomou conta de todo Estado e que ele não vê uma ação governamental eficiente para tentar impedir esse avanço. “No caso de uma morte, o corpo fica 24 horas esperando para ser removido ao IML. Isso é um absurdo! Se não tem condições de dar mais segurança, que aumente o número dos rabecões. Já pensou o que é a pessoa perder um ente querido e ainda ficar 24 horas esperando para ele ser removido? Isso é desumano! Esse governo já deveria ter descentralizado o IML, até para seu serviço ser um pouco mais eficiente”, propôs.
Drogas
Em aparte, o deputado Capitão Samuel (PSL) lembrou que 50% dos crimes em Sergipe ou mais têm relação com o consumo ou tráfico de drogas. “E qual a política de governo que está prevenindo isso? O que o governo tem feito para combater o consumo de drogas? Existe alguma política social neste sentido? Prender o traficante é a menor das ações. Esse governo gasta milhões com propagandas, mas a gente não vê uma só tentando conscientizar os nossos jovens sobre o mal que as drogas fazem”.
Venâncio lembrou que o governo não tem um programa social de recuperação e tratamento para drogados. “O que esse governo fez para a recuperação dos viciados? Isso requer um tratamento especializado. Não adianta só colocar a culpa nas drogas. Nada foi feito até agora”.
Edgar Menezes
Ainda em aparte, Samuel disse que a prisão do sargento Edgar Menezes da PM foi puramente política. “Foi prisão política sim! Foi perseguição! Se o comandante da PM fosse um homem cumpridor das leis como diz, ele também teria determinado a prisão de outro policial que estava na mesa, participando da reunião, fardado. Prendeu um e o outro não! Ele não cumpriu a lei e ainda fez politicagem”.
“O comandante passa a imagem que está ao lado da tropa, mas no Pré-Caju e no Carnaval cortou férias e folgas para aumentar o efetivo. Agora ele estava curtindo os festejos em Salvador (BA). Esse é o exemplo! No meio militar a palavra pode até convencer, mas o exemplo arrasta”, completou Samuel. Venâncio lamentou o tratamento com “dois pesos e duas medidas” dentro da tropa. “Quem defende a linha do governo está isento; quem vai de encontro é cadeia?”, questionou.
IML
A também deputada Maria Mendonça (PP) foi outra que reforçou o pedido por mais segurança e clamou por mais investimentos públicos para o Instituto Médico Legal (IML). “Esse discurso de Venâncio é pertinente porque a polícia e o próprio IML precisam de uma estrutura mínima que garanta ao cidadão, quando perde seu ente querido, um pouco mais de dignidade. A violência em Sergipe é sim assustadora e alguma providência precisa ser tomada emergencialmente”.
Da Agência Alese
Nenhum comentário:
Postar um comentário