terça-feira, 25 de maio de 2010

Venâncio critica aumento concedido para funcionalismo público

Mônica Azevedo, da Agência Alese

O líder da oposição Venâncio Fonseca (PP) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (25), para falar sobre sua indignação em relação ao reajuste de 5,26% que o governo estadual concedeu aos servidores públicos estaduais. Para o deputado, este percentual não pode ser classificado como aumento salarial e sim como correção da inflação. “É uma vergonha, uma frustração, o governo de Marcelo Déda conceder este aumento, em seu quarto ano de mandato, e o líder do governo, deputado estadual Francisco Gualberto, pedir paciência. O seu governo não deu aumento nenhum, só corrigiu a inflação”, criticou Venâncio Fonseca, ao afirmar que o governo não pode alegar lei eleitoral para não dar um índice maior de reajuste.

Venâncio Fonseca considera que o governo estadual não tem compromisso com o funcionalismo público, pelo fato de atribuir o percentual de aumento ano eleitoral e à Lei de Responsabilidade Fiscal. O deputado estadual disse que o governo poderia aplicar o aumento que quisesse para o servidor, desde que respeitasse o prazo limite estabelecido pela lei eleitoral, vencido em 5 de abril. Ele lembrou que os defensores públicos receberam aumento e afirmou que foi justo o reajuste para esta categoria, mas “deixou o resto dos servidores de lado”, declarou.

“A maior decepção da história política de Sergipe é o governador Marcelo Déda, principalmente para o servidor. Quem via o discurso de Marcelo Déda na tribuna da Assembleia Legislativa, quando era deputado e criticava o governo de Valadares, vai dizer que saudade do antigo Marcelo Déda. Não se faz mais Marcelo Déda como antigamente. Marcelo Déda hoje, sentado na cadeira de governador, com toda a autoridade, com caneta e Diário Oficial na mão, dá uma correção da inflação e diz que é reajuste. A maior frustração para o funcionalismo público”, considerou Venâncio Fonseca.

Em seu pronunciamento, o parlamentar disse que o vencimento do médico do Estado é de R$ 679,00, mas que o salário bruto, com todos os benefícios pode chegar a R$ 1.674,00 e com desconto tem como salário base R$ 1.456,00. Ironizando o percentual de 5,26% de aumento dado pelo governo ao funcionalismo, Venâncio Fonseca decidiu deixar de lado a moeda brasileira, o real, e voltou ao passado ao dizer que o aumento foi de “30 contos”. O deputado estadual calculou que o governo do Estado poderia ter concedido um reajuste maior, desde que diminuísse a quantidade de servidores da Casa Civil, secretários adjuntos e de jetons. “O servidor público que bate ponto e vai trabalhar todos os dias recebe ´30 contos´ de aumento. É uma vergonha, uma decepção. Antes de chegar ao governo, o Partido dos Trabalhadores falava que tudo iria melhorar na vida do servidor, e mudou, mas para pior”, ressaltou o líder da oposição.

Ainda criticando o aumento de 5,26%, Venâncio Fonseca afirmou que a folha de pagamento do Estado está inchada, devido à quantidade de pessoas que ocupam cargos comissionados (CCs) e que foram chamados pelo deputado de cabos eleitorais. Essa é a verdade. O povo tem que saber. Estão nomeando adjunto ex-prefeitos e lideranças políticas do Estado para conseguirem em seus municípios conquistar votos para a reeleição de Marcelo Déda. Assim não tem como dar aumento ao servidor público”, frisou Venâncio Fonseca. O deputado estadual continuou seu pronunciamento afirmando que a Mesa de Negociação acabou com a exoneração de Nilson Lima.

“O governo de Marcelo Déda ainda nem acabou. Faltam sete meses para acabar seu mandato, mas já está com cara de governo acabado. Todo este tratamento com o servidor público do Estado pelo governador Marcelo Déda é porque ele está indo para a reeleição. É porque está precisando do servidor e ainda concede este aumento. Imagina, Deus nos livre, se ele ganhar a eleição, coitado do servidor, que vai ser triturado, massacrado, humilhado, essa é a verdade. Se ele está precisando do servidor, que é sua base eleitoral e dá um tratamento como esse, imagina se for eleito. Que decepção. Decepção total com aquele líder que construiu sua vida com base no servidor, que fez um discurso bonito, fantástico cheio de esperança para o funcionalismo. Ele prometeu que, chegando ao governo, tudo iria melhorar. Mas o que estamos vendo é que Marcelo Déda chegou ao governo, mas tudo melhorou para seus cabos eleitorais”, declarou Venâncio Fonseca.

A crítica ao governo continuou com o apoio do deputado estadual Augusto Bezerra (DEM) que disse que a sociedade sergipana tem que saber que 25 mil servidores públicos que têm 18 anos de trabalho vão receber 0,25% de reposição e que depois de 18 anos pode chegar a 5,26%. O líder da oposição lembrou que a Polícia Militar teve aumento diferenciado, mas devido à pressão popular e pelo trabalho feito pela categoria, pelas esposas dos militares, pela sociedade e pelo esforço dos deputados estaduais da Casa. Ele destacou o empenho da parlamentar Ana Lucia (PT), que formou uma comissão para discutir o aumento para a Polícia Militar.

Farpas

Antes de concluir seu pronunciamento, o líder da oposição deu o aparte ao líder do governo, deputado estadual Francisco Gualberto (PT). Eles trocaram farpas ao criticarem as atuações de ambos em governos anteriores. “Vossa Excelência é muito corajoso, porque um deputado, que foi líder do governo por duas vezes, deixou para os professores uma dívida de quase 45% de remuneração. A Polícia Militar ganhava 1/3 do que ganha hoje. Os peritos nem gratificação tinham. Meus parabéns para Vossa Excelência, pela coragem que tem de esquecer rapidamente sua própria história e se inspirar em Che Guevara e virar um revolucionário. O governo estadual de Marcelo Déda investiu R$ 612 milhões para o servidor público em três anos, enquanto no governo de Vossa Excelência foi de R$ 64 milhões, ou seja, o nosso foi 10 vezes mais. O senhor é um homem de coragem e de talento”, ironizou Francisco Gualberto.

Em contrapartida, Venâncio Fonseca respondeu com o mesmo tom e agradeceu aos “elogios” de Francisco Gualberto. “Podemos fazer uma reflexão. Eu era tudo isso que o deputado disse e ele era o contrário. Hoje, eu evoluí e Vossa Excelência regrediu. Se compararmos o deputado Francisco Gualberto de hoje com o de antigamente ninguém diz que isso é possível. Como é que uma pessoa muda de pensamento e de comportamento desse jeito? Eu era tudo isso que o deputado Francisco Gualberto disse, mas evoluiu. E ele? Regrediu. Tá vindo para tribuna hoje defender aumento que ele protestava e ia às ruas para dizer que era contra. Deputado Francisco Gualberto, coragem não tenho eu, porque mudar, evoluir e defender o melhor não é coragem. Coragem é de Vossa Excelência que agora defende aquilo que contestava”, respondeu Venâncio Fonseca.

Para concluir seu pronunciamento, o líder da oposição disse que o governo do Estado tem recursos para dar um aumento maior para os servidores, mas para isso teria que enxugar a folha. “Em nome do funcionalismo público, eu termino meu pronunciamento dizendo que foi uma decepção o governo de Marcelo Déda, que veio para mudar e mudou para pior”, reafirmou o deputado estadual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Frei Paulo, Sergipe, Brazil
Vendas, Serviços e Internet Via Radio.

Internechion Net

Internechion Net